A ansiedade é cientificamente conhecida como a reacção de luta-fuga sendo a sua principal função activar o organismo e protegê-lo do perigo.
Associadas a esta reacção estão uma série de mudanças mentais, físicas e comportamentais.
É importante notar que, uma vez que o perigo tenha desaparecido, muitas dessas mudanças (especialmente físicas) continuarão praticamente com o controlo autónomo sobre si próprias, devido ao aprendizado e a outras mudanças corporais a longo prazo.
Quando os sintomas físicos surgem na ausência de uma explicação óbvia, as pessoas costumam interpretar erradamente os sintomas de luta-fuga como indicativos de sérios problemas mentais ou físicos.
Neste caso, as próprias sensações podem tornar-se ameaçadoras e justamente por isso podem desencadear uma nova reacção luta-fuga.
Muitas pessoas, quando experimentam os sintomas de reacção de luta-fuga acreditam que estão a ficar loucos. Por norma essas mesmas pessoas relacionam os sintomas com doenças mentais como por exemplo a esquizofrenia.
Embora muitas pessoas acreditem que vão perder o controlo quando entram em pânico, importa reter que o corpo está preparado para a acção e neste momento há um enorme desejo de fuga. Porém a reacção de fuga e luta não este preparada e treinada para prejudicar terceiros e não produzirá paralisia. Ao invés disso, toda a reacção é direccionada a afastar o organismo.
Note bem: mesmo que a reacção de luta-fuga o faça sentir um pouco confuso, irreal e distraído você ainda é capaz de pensar e funcionar normalmente
Aspecto Geral
Atitude de hipervigilância e alerta constante;
Atitude tensa e apreensiva, tensão muscular aumentada (com expressão facial e postura condizente);
Dificuldade em relaxar-se, senta-se na ponta da cadeira e sobressalta-se a qualquer ruído súbito;
As fendas pálpebras alargam-se e as pupilas dilatam-se;
A boca tem tendência a secar e o sujeito está constantemente a humedecer os lábios.
Apresentação Clínica
Sensação persistente de antecipação receosa;
Irritabilidade, Concentração diminuída. Sensação de inquietação
As pessoas queixam-se frequentemente de perda de memória, mas isso é secundário à perturbação da atenção e da concentração.
Embora os pensamentos de preocupação excessiva estejam relacionados com vários acontecimentos do dia-a-dia, a maioria é de pequena importância, podem também ser focalizados ao nível de determinados órgãos e apresentam-se como sintomas físicos.
As pessoas podem aperceber-se da forma como o seu coração bate e preocupar-se com a hipótese de ter um ataque cardíaco,
Os sintomas respiratórios podem incluir um ataque grave de dispneia;
O trémulo, as dores nas costas, nos ombros e na nuca podem susceptibilizar estas pessoas;
Podem ocorrer cefaleias de tensão ou de constrição, ou de pressão bilaterais e de preferência na região frontal ou temporal.
Epidemiologia
È mais comum nas mulheres e jovens (< 30 anos);
Mais comum nas áreas urbanas e nos meios económicos desfavorecidos;
Prevalência de 4,1% a 6,6%
Maria Sofia Nascimento